— A simetria é perfeita. Inexplicável. Como se uma lei invisível forçasse cada zero a encontrar o seu lugar sobre a mesma linha.
A grande simetria na distribuição dos primos é o alinhamento de todos os zeros não triviais da Função Zeta de Riemann sobre a linha crítica de $ \Re(s) = 1/2 $. Este é, talvez, o maior mistério da matemática: uma ordem perfeita sem uma causa conhecida. É um padrão sem uma história.
A cosmogonia da CIP oferece a história que falta. A simetria não é uma lei fundamental; é uma consequência. É a "cicatriz" deixada no tecido do universo numérico pelo ato incessante da criação.
Cada vez que o 1 atravessa a dobra em $x/2$ para preencher um vazio e criar um novo primo, ele deixa uma marca. O alinhamento perfeito dos zeros é o padrão coletivo destas infinitas cicatrizes. Eles não ditam a criação; eles são o seu registo fóssil.
— Não procure a lei na cicatriz. Procure-a na ferida que a criou.